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O giz da educação vol.12 nº. 1 (2022)
ISSN 2764-0477  DOI: 10.6084/m9.figshare.19064798

 

Se liga que a turma tá por dentro!

 

A Margarida resolveu conversar com seus alunos, todos na faixa entre 13 e 15 anos de idade, sobre a importância de estudar para ser alguém na vida. Eh! Essa é uma fase crítica, porque a meninada já não quer ser tratada como criança. O problema é que o professor não é treinado para lidar com o comportamento do adolescente, ele recebe orientação e capacitação para trabalhar com didática e metodologia.

Margarida que também é casada e mãe de um casal, um menino que hoje tem 28 anos de idade e uma menina, com 25, achou que poderia ter uma conversa com suas turmas, nos moldes que fazia com seus filhos, quando menores. Ela começou com essa retórica:

- Turma, preste bastante atenção no que eu vou lhes falar, se vocês não levarem a sério o tempo que têm para estudar, o que vocês serão quando estiverem adultos.

Silêncio profundo!

- Pois é! É com muita luta, com muita dificuldade que as pessoas vencem na vida. Quando nós professores insistimos em ensinar vocês um determinado conteúdo, é porque ele será fundamental na vida futura...

Antes mesmo que Margarida terminasse o seu discurso politicamente correto, Gael a interrompeu:

- Professora sabe quantos seguidores você vai conseguir com esse blá-blá-blá?

- Como assim, respondeu Margarida, perplexa com a pergunta.

- Nenhum! Essa foi a resposta de alguém (não identificado) lá no canto da sala. E todos caíram na risada.

- Mas pessoal, continuou Margarida, isso é muito sério...

- Por isso mesmo que é chato, respondeu na lata o Gael que completou: posso ir ao banheiro?

- Não! Impositiva Margarida respondeu imediatamente.

- Como assim Professora? Você não pode me impedir de ir ao banheiro, isso é cárcere privado... a gente tá ligado nessa parada de direitos humanos viu?

 

Patiluc

“Esta é uma obra de ficção. O uso de metáforas foi a maneira encontrada para contar as vivências da autora, ao longo dos seus mais de 25 anos na área da educação. Atualmente, ela atua como Empreendedora Cultural e mantém a crença de que educação também é sinônimo de cultura.”