O giz da educação vol.18 nº. 1 (2024)
ISSN 2764-0477 DOI: 10.6084/m9.figshare.
Bora pegar um cafezinho e um pão de queijo quentinho para termos um dedinho de prosa sobre a educação inclusiva? O tema é pauta importante dentro e fora da escola, vai além da moda, a reflexão é parte necessária para uma sociedade mais humana, com mais empatia.
Conforme a Lei nº 13.146 (BRASIL, 2015), a inclusão na educação procura assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
O que tenho visto por aí, nas minhas andanças, em vários municípios e escolas é uma realidade bem diferente e longe do ideal ainda. Percebo que as formações para os professores que estão nas salas de aula são rasas, não dão o suporte necessário que eles precisam; o número de alunos laudados ou não, só aumentam; pais despreparados para lidar com essa criança ou ainda na negação do diagnóstico; escolas com infraestrutura longe de acolher algumas necessidades básicas (falta rampa, sala especializada, carteira adaptada, …) entre outros problemas, mas o que mais me aflige nisso tudo é o olhar para o outro.
O olhar deve ser acolhedor, de cuidado para com o outro. Assegurar que esse indivíduo, seja qual for sua necessidade, se sinta pertencente. Nem sempre isso acontece, são percepções que vão além dos conteúdos, são conteúdos de vida ao meu entender. Esse é o maior e grande objetivo da escola, desenvolver o senso de pertencimento. Isso vale para os alunos e pais e para os professores e gestores. A aprendizagem social vem antes de qualquer outra aprendizagem, e para haver aprendizagem significativa eu preciso “afetar” o outro, eu só afeto o outro quando eu o enxergo em mim e eu me vejo nele.
O desenho universal para a aprendizagem traz reflexões importantes “… não é possível pensar em qualidade na educação sem considerar todos os alunos independentemente de suas questões específicas. Para isso, é necessário, mais do que disponibilizar informações, garantir o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas ao aprender. É preciso ensinar a aprender...” portanto, é necessário e urgente a escola trabalhar, acompanhar e avaliar cada indivíduo de forma única, universalizando a aprendizagem como propõe o documento.
Não é à toa que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) sinaliza o trabalho escolar com as competências e habilidades, elas devem ser o fio condutor de todo o processo de aprendizagem para balizar como meu aluno chegou e como ele está agora, o que deve ser feito a partir daqui o que eu preciso adaptar, o que ele faz com autonomia… trabalho fácil? Nunca! Mas a minha intencionalidade, enquanto professor que escolhi ser, deve estar presente em cada ação na escola do portão para dentro.
Não precisamos de nós na educação, precisamos de afeto, olhar amoroso e empatia. A educação é para TODOS e por TODOS!
Mãe do Felipe e do João, Pedagoga e Neuropsicopedagoga, apaixonada por educação, e claro, por crianças. Especialista em educação infantil e educação pública. Formadora de professores e gestores, adora compartilhar saberes por esse mundão afora.