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O giz da educação vol.19 nº. 1 (2024)
ISSN 2764-0477 DOI: 10.6084/m9.figshare.19064798

 

O uso da tecnologia em sala de aula para impulsionar a aprendizagem

 

Bora pegar o cafezinho para a “prosa”?

Nessa conversa teremos um convidado especial, Pedro Barbieri, que é consultor de tecnologia.

Estava estudando sobre o tema e me lembrei da minha época de criança. Quem é da minha idade, vai lembrar do desenho “Os Jetsons” que passava na tv todos os dias. Eu adorava assistir depois do almoço, quando voltava da escola e, ficava imaginando como seria se eu vivesse naquele tempo... Era um mundo que parecia tão distante… Mas, ele chegou! A tecnologia já faz parte desse “nosso mundo”. E, a escola, não pode fechar os olhos para essa demanda.


Como fazer a utilização desse recurso tecnológico quando faltam muitas coisas na escola, inclusive uma boa prática de convivência, visto que ainda nos deparamos com queixas do uso abusivo do celular por parte de adultos e estudantes.


Nos desenhos, já havia a previsão da comunicação por dispositivos eletrônicos, a automação de tarefas manuais exaustivas ou mesmo o atendimento por robôs. Para a educação, a especulação era que os estudantes receberiam o conteúdo de forma automatizada, com a tecnologia conectada diretamente em suas cabeças.


Como sabemos, a prática na escola é uma mudança que ainda precisa de muito tempo e boa vontade. O que temos ainda, na maioria das instituições, são carteiras enfileiradas todas olhando para a lousa; lousa, giz e caderno como a prática que mais se estabelece no dia a dia (quando não é a única); salas lotadas; alunos desinteressados e por aí vai. Os obstáculos são muitos, muitas realidades diferentes, muitos professores que ainda não dominam o básico da tecnologia, como montar um datashow por exemplo.


Em um artigo para a Revista Exame, a jornalista Laura Pancini traz reflexões importantes sobre o assunto. “Por mais de uma década, o setor da educação tem tentado encontrar formas de tornar o aprendizado mais dinâmico. Apps com cartões didáticos, ensino remoto, plataformas de aprendizado e até tablets na mão de cada aluno tentaram ampliar as capacidades que a aula possui para ensinar um aluno. No cenário mais recente, o que começou com o ‘boom’ do chatbot da Inteligência Artificial, o ChatGPT, hoje pode ser visto em inúmeros outros projetos entrelaçados à educação – de uma forma bastante difusa no aproveitamento. O uso da Inteligência Artificial também expande o acesso à educação e tira a responsabilidade do “aprender” fora da sala de aula. Agora, pelo smartphone, qualquer pessoa com qualquer idade pode se dedicar a aprender um novo tema ou idioma: o Duolingo, por exemplo, teve mais de 20 milhões de usuários ativos diariamente em 2023”. (fonte da revista Exame, jan 24)


O maior objetivo da escola é enriquecer a aprendizagem dos estudantes com práticas mais condizentes com a realidade, portanto a escola e o professor devem estabelecer um diálogo coerente para atingir tal proposta.


Muitas vezes, a prática durante o horário da escola será a única oportunizada para aquele indivíduo, que mais tarde, concorrerá de forma desigual, às vagas do mercado de trabalho.


É urgente! Enquanto educadores o que podemos fazer dentro da minha realidade? Com qual frequência? Para qual turma? Quais práticas posso incluir na minha rotina? Com que intencionalidade? Como auxiliar meus estudantes na busca pelas informações? Que tipo de tecnologia é importante e está ao alcance da grande maioria? Essas e outras reflexões são importantes para entender, o que eu professor, consigo dar conta, dentro do que eu domino.


Se não temos muitos recursos, vamos iniciar o trabalho por aquilo que é mais simples; ensinar como fazer um e-mail, um perfil em uma plataforma de aprendizagem ou usar o powerpoint para apresentar um trabalho. Para os menores, gravar uma leitura para ele escutar a voz, fazer um avatar com as características dele, usar o word para escrever mostrando que a escrita pode ser reformulada quando apagamos. Muitas são as estratégias! Muitas são as intencionalidades! O que não podemos é deixar de promover esse espaço dentro da escola, partindo pelas opções mais simples e avançando conforme podemos e necessitamos.


O professor será sempre necessário nessa intermediação do conhecimento, acredito que o afeto, a interação, troca e acolhimento, fazem parte das habilidades socioemocionais importantes para uma aprendizagem mais significativa, que não podem ser substituídas por máquinas ou apps. E para ter significado, esse aprendizado precisa estar mais alinhado ao nosso dia a dia, nossas experiências de vida, desenvolvendo nossas habilidades e potencializando o que temos de melhor.


Fechamos nossa conversa com uma frase de Rubem Alves “O objetivo da educação não é ensinar coisas, porque as coisas já estão na internet, estão nos livros e estão por todos os lugares. O professor deve ensinar a pensar, criar na criança essa curiosidade”, disse ele no documentário Rubem Alves, o professor de espantos, dirigido por Dulce Queiroz.


Ainda acreditamos nessa mudança! Acreditamos que somos capazes de promover um ambiente escolar com mais interatividade, com mais trocas, mais colaborativo, com estudantes mais engajados e aprendizagens mais alinhadas com os perfis que recebemos nas escolas.


Inté!

 

Sugestões:

https://porvir.org/5-cursos-gratuitos-de-tecnologia-alinhados-a-bncc-para-educadores-e-gestores/

http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/educacao-digital

 

                                               - Fabiana Affonso Sarlo -
Mãe do Felipe e do João, Pedagoga e Neuropsicopedagoga, apaixonada por educação, e claro, por crianças. Especialista em educação infantil e educação pública. Formadora de professores e gestores, adora compartilhar saberes por esse mundão afora.

                                               - Pedro Vannucci Barbieri -
Atualmente atua como consultor de tecnologia educacional na FTD e coordenou a cadeira de Ciências Humanas na Fundação Bradesco. Tem experiência em sala de aula e também na elaboração de conteúdo didático para Ensino Fundamental Iniciais, Finais e Ensino Médio. É graduado e licenciado em Geografia pela USP e tem pós-graduação em Design Instrucional pelo SENAC.