Curtinhas vol.11 nº.1 (2022)
ISSN 2764-0280
Entre uma coleção de noves, sim porque essa menina sapeca nasceu no dia 09 do ano de 1909, Maria do Carmo veio com seus pais de Portugal e aportou no Rio de Janeiro. Mocinha foi trabalhar numa chapelaria na Lapa e lá influenciada pela vida boêmia começou a cantar e a bailar, principalmente no Cassino da Urca. Ali ela conheceu muitos artistas, famosos à época e conseguiu fazer carreira como cantante.
A menina, pequena, mas muito espevitada, cantou até internacionalmente no Uruguai e na Argentina e fazia tanto sucesso com seu jeito caricato que foi convidada para cantar nos Estaites.
Ulalá!!! Ela quebrou barreiras e foi parar em Beverly Hills, num tempo impossível de se imaginar tamanho sucesso, 1930 – 1940. Essa menina requebrou, cantou e encantou os norte-americanos. Participou de filmes em Hollywood e de festivais na Broadway. A pequena notável criou um estilo só seu de se vestir, de agir. Ela queria mostrar para o mundo um Brasil diferente, ela desejou um país turístico e acolhedor, ela fez um marketing para o Brasil que nenhum outro artista foi capaz de fazê-lo, até os dias atuais. Brejeira, ingênua, mas sabedora do que queria, era assim que Carmem enxergava o país.
Atrevida ela mostrou ao mundo que o Brasil tem mais que um 'chica chica boom chic'. O país tem uma personalidade forte, um jeito de ser e de se vestir, uma marca, um estilo. Mas, como ‘santo de casa não faz milagres’ ela foi incompreendida.
Nossa Carmem de hoje tem nome de Anitta e assim como a de 1930, sabe bem o que quer e a que veio. Ela tem funk no pé e business na cuca. Ela faz o que quer, não pede passagem. A sua marca está no seu jeito feminino de ser, sem amarras, sem censura! Ela quebra a banca porque é boa no que faz, mesmo sem ser compreendida! Mas para os invejosos: 'beijinho no ombro', não é mesmo?!!!
Patiluc