Curtinhas vol.15 nº.1 (2022)
ISSN 2764-0280

A vida é a melhor escolha!

 

Numa daquelas regulares dinâmicas de grupo, que os recursos humanos da empresa em que Adolfo trabalhava aplicava aos funcionários, José, o chefe da equipe saiu com essa máxima:

- Eu costumo aplicar nos meus subordinados a parábola dos talentos.

Essa conversa se deu porque no mês em que o trabalho de RH da empresa, preocupada com o percentual elevado de burnout e ansiedade quanto ao cumprimento de metas, dedicou-se às reflexões sobre escolhas no jogo da vida, a facilitadora levou à baila a discussão sobre a teoria dos jogos e, entusiasmada com a capacidade de analogia de José, logo perguntou:

- Compartilhe a sua experiência, já que sua equipe também está aqui hoje.

- É muito simples, ponderou José. Eu considero os talentos as metas a serem alcançadas mês a mês. Como há muita rotatividade no meu setor, a competição é interna mesmo, que nem no futebol em final de campeonato, um mata-mata mensal. No meu time é assim, olho por olho, dente por dente.

- Mas a parábola dos talentos não pode ser traduzida como um jogo de soma zero. Respondeu à facilitadora.

- Ah! Respondeu José sem pestanejar. Pode até não ser para a Senhora, mas já estou aqui na empresa há 26 anos e como líder de equipe, completarei 15 anos, no próximo mês. Meu setor é o mais produtivo, os lucros não mentem. Não tenho tempo para passar a mão na cabeça de ninguém. Quem estiver incomodado, é só pedir para sair...

 

Patiluc